Ter tantos e não ter nenhum

Foto: Reprodução/Google
 O coração sangra. E a culpa não é de alguém especificamente. É de mim mesma. Por não me dar chances, por não abrir o meu coração, por não correr atrás das minhas coisas e fazer acontecer. 

Deixar o novo entrar é uma frase antiga. E porque não a pratico? Porque insisto em manter um padrão? Em sofrer com as mesmas coisas? Em fingir estar tudo bem? Sendo sincera, a questão maior aqui é a carência. 

Sinto falta de uma boca pra encostar. De uma barba rala pra tocar o meu rosto. De olhos que me olhem a alma. De um toque de arrepio. De mãos e braços fortes que saibam se mover na hora certa. 

A verdade é que clamo por isso tão fortemente que meu corpo avisa. Carrego uma placa no peito escrita: PERIGO. INFLAMÁVEL. AFASTE-SE. O peso dela é tão grande e o seu grito é tão agudo que as vezes chego a duvidar de sua invisibilidade. 

Será mesmo que um dia ela foi invisível?
Hoje posso duvidar.

autora: Anônima 

Nenhum comentário:

Postar um comentário